Chapter 35: Capítulo 34
Diego
Manuela tinha dormido no meio do filme, parei o mesmo e a peguei no colo levando para o quarto de
hóspedes. A coloquei na cama e a cobri, ela resmungou algo que eu n?o consegui entender, apenas ri
e fechei a porta apagando a luz. Manuela era a primeira garota que eu tinha levado para casa depois
que eu terminei meu namoro, n?o gostava de levar ou trazer nenhuma mulher pra dentro de casa e
me surpreendi quando dei a ideia dela ficar aqui por um tempo.
Meu dilema era o que faz na rua n?o traz pra casa.
Eu e Manuela éramos muito de lua, as vezes nos dávamos bem e na outra n?o nos suportávamos. E
eu achava isso ótimo, qualquer que fosse a decis?o dela sobre o bebê, nós seríamos nada mais que
amigos ou talvez nem isso, apenas pais presentes estava de bom tamanho.
Voltei pra sala e assisti uns dois filmes antes de dormir. Hoje o dia tinha sido muito pesado, tinha
brigado com meu pai sobre os negócios da empresa e meu melhor amigo n?o queria olhar na minha
cara.
Tinha como piorar? é melhor eu nem querer saber.
Desliguei a televis?o e me mandei para meu quarto, liguei o ar condicionado e tirei minha samba
can??o, eu costumava dormir só de cueca. Fiquei viajando nos meus pensamentos antes de cair no
sono, S?o Paulo me esperava enquanto eu tinha um problem?o daqueles aqui no Rio.
...
Acordei por volta das dez da manh?, os raios solares atravessavam a cortina de seda branca fazendo
eu cobrir meu rosto com o travesseiro. Enrolei uns minutos na cama antes de ir tomar uma ducha pra
despertar. Vesti uma bermuda de moletom preta e uma regata rosê.
Peguei minhas chaves e minha carteira na mesinha de centro da sala e antes de sair passei no quarto
e Manuela ainda dormia, quase um urso em hiberna??o.
Eu estava faminto e provavelmente Manuela quando acordasse estaria também, a conhecia tempo o
suficiente pra saber que dentro dela havia um drag?o e se deixasse comia até pedra.
Hoje era uma segunda, o dia estava lindo e por estar bem quente e praia um pouco cheia. A padaria
ficava uns dez minutos do meu prédio, ou até menos mas mesmo assim ainda dava pra ir bem
devagarinho e observar a orla.
Eu gostava muito de fazer isso pela manh?.
Cheguei colocando as bolsas em cima do balc?o e fui fazer meu café. Tirei tudo da sacola e preparei
dois p?es pra mim, liguei a televis?o e assisti o jornal fazendo meu desejum.
— Bom dia — Manuela passou por mim co?ando os olhos.
— Bom dia — beberiquei o café — N?o foi para a escola?
— Acordei sem disposi??o — riu fraco.
Manuela estava com uma blusa curtinha que deixava a mostra sua barriga, que mesmo estando com
apenas dois meses dava pra vê-la meio redondinha. Quando ela percebeu que eu estava olhando
endireitou e na mesma desviei o olhar.
O seu incomodo ficou visível.
Tomamos café em silêncio e após ela terminar, lavou o que tinha sujado e voltou para o quarto. Fiquei
o resto da manh? e o início da tarde sentado no sofá assistindo televis?o, segunda era um dia
qualquer pra mim mas sempre era super tedioso.
Lá para ás duas da tarde me levantei e fui tomar outra ducha, o calor estava de matar. A pregui?a de
cozinhar tinha batido e eu estava pensando seriamente em ir comer na rua. Sai do banho e coloquei a
primeira roupa que eu vi no armário, passei perfume e fui até o quarto onde Manuela estava e bati na
porta antes de entrar.
Ela mexia no celular e me olhou assim que adentrei ao mesmo.
— Vou comer fora, quer ir? — disse enxugando o cabelo com a toalha e a mesma assentiu.
— Vou só tomar um banho — assenti e voltei para meu quarto.
Terminei de secar meu cabelo, fui pra sala esperar Manuela e depois de uns vinte minutos a mesma
apareceu vestida num short jeans cintura alta escuro e uma blusa da manga longa branca. O cabelo
preso num rabo de cabelo
— Podemos ir? — ela assentiu colocando sua carteira na sua bolsa.
Sai trancando a porta, Manuela chamou o elevador e quando o mesmo chegou entramos em silêncio.
Após chegar no subsolo entramos no carro e demos partida. O caminho praticamente todo nós fomos
em silêncio, trocamos poucas palavras durante o mesmo, estava claro que Manuela n?o estava fim de
papo e eu também n?o for?ava nada.
Estacionei perto do restaurante que iriamos almo?ar, descemos do carro rumo ao mesmo e me
surpreendi por estar cheio já que era segunda e nem horário de almo?o era mais.
— Boa tarde, casal — o gar?om que estava na porta sorriu amigavelmente — Querem ver nosso
cardápio? — tirou dois do seu avental.
O gar?om, que se chamava Fábio, era muito simpático e ao mesmo tempo bem irritante, eu só queria
sentar em qualquer mesa e escolher meu prato tranquilamente e ele n?o parava de falar.
— A mesa, por favor — dei um sorriso fraco e escutei a risada baixa de Manuela atrás de mim.
Fábio parou de tagarelar e no mesmos instante nos levou para uma mesa que ficava no segundo
andar do restaurante e era um local mais rústico, com poucas luzes e estava quase vazio, havia no
máximo cinco pessoas. Fizemos o pedido e decidimos um camar?o na moranga, eu me amarrava.
Enquanto a comida n?o chegava pedimos também isca de peixe como entrada, eu estava morto de
fome e n?o ia esperar a comida chegar sem pelo menos enganar o estomago.
— Como você está? — beberiquei meu refrigerante a olhando.
— Bem na medida do possível — sorriu fraco — As vezes eu quero sumir, sabe?
— Te entendo — cocei a garganta.
— Me entende? — franziu a testa.
— Você acha que só você tem problemas? — observei sua express?o fechada — N?o mesmo — dei
meio sorriso.
— Você parece saber lidar bem com seus problemas — apoiou o bra?o na mesa e me olhou.novelbin
— Quando você é sozinho desde muito novo, qualquer dificuldade vira apenas dificuldade — suspirei
— Eu aprendi a lidar com todas.
Ficamos conversando até o pedido chegar e conversamos sobre várias coisas, foi quest?o de tempo
pra Manuela se soltar e ficar mais conversativa.
Chegou uma hora que nem parecia mais cabisbaixa ou algo do tipo.
Após almo?armos ficamos um tempo ali ainda conversando e até pedimos sobremesa.
— Eu pago aqui — tirou sua carteira da bolsa.
— N?o precisa — dei o cart?o na m?o da menina do caixa que n?o parava de me olhar.
Paguei e nós saímos do restaurante em dire??o ao carro que estava próximo. Eram quatro da tarde,
as ruas estavam lotadas como de costume, isso era mega comum em Ipanema ou em Copacabana.
No meio do caminho decidimos n?o voltarmos pra casa, ficamos andando pela orla comendo sorvete e
rindo um do outro.
Já n?o tinha mais dúvidas que nós éramos super temperamentais.