Chapter 58: Capítulo 57
Manuela.
1 mês e meio depois.
Já estava mais que convencida de que eu n?o seria uma grávida com barrig?o pois já estava com
quase sete meses e eu estava parecendo um peixinho de vala. A cada dia que passava eu me sentia
mais conectada com meu bebê, conversava com ele todo dia, fazia carinho toda hora e n?o via a hora
de ele mexer pra mim. Alex também conversava bastante com minha barriga, passava quase horas
falando "Tio Alex" porque pra ele, a primeira coisa que o bebê ia falar era isso.
Eu estava sendo muito mimada pela as meninas, toda semana a m?e de Lya mandava alguma
roupinha e Naty todo dia aparecia com um presente para o bebê. Victor tinha me dado o ber?o,
mesmo negando e falando que n?o precisava ele insistiu e comprou, só estava esperando entregar.
Eu tinha as melhores pessoas ao meu lado.
No colégio tudo estava como os conformes, assim que voltei as fofoquinhas come?aram mas foram
algo de dias, logo sessou. N?o dei confian?a, deixei falarem e pensarem o que quiserem, eu que n?o
iria bater palma para maluco dan?ar. N?o me importava com o que esse povo achava, eu tinha mais o
que fazer e a única coisa que eu me importava era meu filho.
Nada mais e nada a menos do que isso.
Estava em uma lanchonete perto do colégio com Lya, saímos e viemos direto tomar um a?aí porque
ultimamente o calor estava de fritar um. Fazia um tempo também que eu n?o tinha momentos comuns
assim, era só trabalho e colégio.
— Ent?o você acha que ele estranho com você? — ela me olhou com cara de tédio — e você diz quenovelbin
n?o gosta dele?
— Sim — enfiei a colher na boca e assenti.
— Manuela, vem cá — disse baixo, inclinou o corpo e ficou próxima a mim — você acha que eu sou
idiota? — disse alto. A lanchonete inteira olhou me matando de vergonha.
— N?o precisa gritar, sua peste — disse entre dentes.
— Assume logo que você gosta dele, mona — bufou — antes que seja tarde demais.
Dei ombros e fitei o copo de a?aí por um tempo. Diego ultimamente estava estranho, n?o sabia porque
mas sentia que ele estava mais fechado que ao normal. Também n?o entendia o porque de eu estar
me importando com isso, ele tinha a vida dele e eu a minha, n?o tinha o porque de me preocupar com
isso mas as vezes era inevitável.
No fundo eu sabia que Lya tinha raz?o, eu sentia uma coisa estranha quando estava com Diego, me
sentia bem perto dele e isso vinha aumentando mais a cada dia. Era um sentimento diferente, bom e
que as vezes eu fingia que era fome, só para n?o ter que encarar a verdade.
E t? errada? N?o.
Daqui eu iria direto para o Diego, ia almo?ar lá e depois ir para o servi?o. Eu e Lya conversamos sobre
mais algumas coisas e depois fomos embora. Peguei o ?nibus no ponto, como de costume fui
escutando música o caminho todo, eu ultimamente estava com o gosto mais romantico, mais meloso.
N?o estava me entendendo, amava pensar que eram apenas horm?nios da gravidez.
Peguei um transito horrível no caminho, cheguei no prédio de Diego eram uma e trinta e três da tarde,
cumprimentei o porteiro com um sorriso e fui em dire??o ao elevador. Apertei o número do andar,
esperei chegar no mesmo e antes de virar a ma?aneta desconectei o fone o guardei no bolso de frente
da mochila.
Do prédio de Diego vinha um falatório incomum, franzi a testa e encostei a orelha na porta pra escutar
melhor. Era uma voz grossa, n?o conseguia entender muito bem do que se tratava e sem querer
esbarrei na ma?aneta, fazendo abrir a porta e quase me estabacar no ch?o.
Um homem que aparentava estar na casa dos sessenta, vestido numa cal?a básica slim, uma blusa
social azul clara e nos pés um sapatênis me olhou imediatamente, seus olhos eram verdes, cabelos
grisalhos e a barba por fazer. N?o fazia a mínima ideia de quem ele era, eu estava morta de vergonha,
abria a boca várias vezes e n?o saia nada.
Nem pra ser fofoqueira eu prestava.
Diego me olhava com cara de espanto, ele tinha ficado branco de uma hora para outra e parecia que
estava vendo um fantasma na sua frente.
— Ma-manuela — gaguejou — o que você está fazendo aqui? — veio em minha dire??o.
— Pensei que seria o almo?o que você tinha fal..
— Manuela, olha pra mim — Diego ficou de frente pra mim e segurou firma no meu ombro — eu
preciso que você vá pra casa, depois eu te explico tudo mas agora vai pra casa.
— T-ta bom, eu vou — balancei a cabe?a — espera aí, aquele é seu pai? — sussurrei e ele assentiu
— o que ele está fazendo aqui?
— Vai pra casa — disse separadamente e eu assenti.
Diego despejou um beijo na minha testa antes de eu sair, fechei a porta sem entender nada. Por que
Diego estava t?o nervoso?
Ele estava um pouco trêmulo enquanto seu pai n?o mostrava nenhuma emo??o, enquanto Diego
falava comigo ele ficou virado para a sacada até minha ida. Chamei um Uber pra casa, n?o queria
pegar ?nibus cheio e queria chegar em casa rápido.
Fui o caminho todo com isso na cabe?a, meu lado curioso quase me matava as vezes. Cheguei em
casa vinte minutos depois, o motorista quase voou do Diego até em casa, paguei o mesmo e desci
fechando a porta devagar. Havia algumas pessoas em frente ao port?o principal, passei pelas mesmas
cumprimentando e já fui tirando da mochila a chave do port?o.
Eram duas quase três da tarde, fiz um almo?o rápido e depois fiquei descansando deitada no sofá.
Quando deu o horário para ir pra lanchonete, tomei um banho e me arrumei. Peguei minha bolsa,
verifiquei se tinha apagado todas as luzes e sai trancando o port?o.
Fui caminhando como de costume, em dez minutos cheguei na lanchonete e Edu já estava na mesma.
Cumprimentei o mesmo com dois beijos no rosto e fui para a salinha me ajeitar.
Com a gra?a do pai hoje era mais um dia de trabalho.
...
Estava limpando a mesa onde um casal tinha acabado de sair quando parou um carro, igual de Diego
em frente a lanchonete. Dei ombros, continuei limpando a mesa, levando os pratos para a cozinha e
do carro sai Diego vestido numa cal?a jeans lavagem escura e uma blusa polo cinza.
Olhei surpresa, o que ele estava fazendo aqui no meu horário de servi?o?
Dei uma espiadela na cozinha e Edu estava concentrado lavando toda lou?a, larguei o pano do balc?o
e fui em dire??o a Diego, que estava encostado no carro com as m?os no bolso sem expressar nada,
apenas me olhava me esperando.
— O que você está fazendo aqui? — o olhei confusa.
Eu n?o estava entendendo mais nada, uma hora pede para eu voltar pra casa e outra hora aparece no
meu trabalho. Ele era louco?
— Manuela — engoliu a seco — talvez você me odeie por isso, me ache a pior pessoa do mundo —
meu cora??o estava acelerado, eu tinha medo das próximas palavras.
— Do que você está falando? — ri fraco — Eu n?o te o..
— Eu t? voltando pra S?o Paulo — me interrompeu e na hora meus olhos se encheram de lágrimas.
A raiva me consumiu, eu olhava pra Diego desacreditada no que eu tinha acabado de ouvir. Como ele
pode ser t?o egoísta desde jeito? Como ele teve tanta coragem de fazer isso comigo? Com o bebê..
— Eu preciso resolver minha vida lá — disse com os olhos brilhando — o beb..
— N?o ousa — balancei o dedo indicador e enxuguei as lágrimas — como você pode ser t?o egoísta?
— as lágrimas caiam sem parar.
— Você quer falar de egoísmo, Manuela? — deu um sorriso debochado — n?o estou indo porque eu
quero, é porque eu tenho — alterou a voz — você acha que eu queria n?o acompanhar a gesta??o do
meu filho? — disse com o rosto próximo ao meu.
Diego cuspiu as palavras e eu só conseguia sentir ódio pelo mesmo.
— To voltando pra S?o Paulo mas n?o é porque eu quero — me encarou — diferente de você.
— E pensar que eu estava gostando de você — ri fraco — nojo — virei as costas e entrei pra
lanchonete.
Entrei sem olhar para trás, eu n?o estava acreditando nisso, n?o acreditava que Diego estava fazendo
isso. Edu tinha presenciado tudo e eu nem de quer tinha me dado conta, ele me abra?ou e eu chorei
em seu peito, molhando todo seu avental.
Lá para ás uma da manh? nós fechamos a loja, a noite depois daquilo tinha sido um repleto desastre,
eu anotei alguns pedidos errados, troquei lanches de clientes e tudo isso por n?o conseguir tirar as
palavras de Diego da cabe?a.
— Vai descansar, loira — disse do balc?o — eu arrumo tudo e fecho a loja.
— Sério? — Edu assentiu — n?o sei nem como te agradecer — dei meio sorriso.
Me troquei, peguei minhas coisas e me despedi com um abra?o. Mandei mensagem para a Lya
explicando tudo que havia acontecido, n?o percebi que um carro estava a poucos metros de mim em
pequena velocidade, como se estivesse me seguindo.
Guardei o telefone no bolso apertando os passos, em fra??o de segundos o mesmo parou do meu
lado e dois caras encapuzados saíram do mesmo. Eu comecei a gritar, um deles tamparam minha
boca com a m?o e o outro deu uma porrada na minha cabe?a fazendo eu apagar.
Eu havia sido sequestrada.