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Chapter 30: Capítulo 29
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Chapter 30: Capítulo 29

— Meu Deus, meu sonho de três pernas acabou de passar na minha frente — Lya disse baixo e nós

rolamos os olhos.

Já tínhamos perdido as contas de quantos garotos Lya tinha falado nessa praia.

N?o podia ver um homem.

— N?o tem bombeiro que apague esse teu fogo no rabo — balancei a cabe?a negativamente.

— Você é a santa, né — assenti sorrindo — Só se for a santa do pau louco— coloquei a m?o no peito

fingindo estar ofendida e nós rimos.

Hoje era sexta-feira e eu as meninas de decidimos vim a praia. O pai de Naty tinha uma apê no

recreio, ele deu a chave do mesmo pra ela e nós viemos sem pensar duas vezes depois da escola.

N?o havia contado sobre a gravidez pra elas e n?o pretendia por agora.

Quanto menos gente soubesse, melhor.

— Vai na festa da Mariah amanh?, Manu? — Naty guardou o celular na bolsa e me olhou.

— N?o sei.

— A para Manuela, desde quando você perde uma festa? — Lya exclamou e eu ri.

— Desde quando é da Mariah, vocês sabem o povo que vai, eu quero distancia — suspirei.

— Vamos, Manuzinha — fizeram voz de bebê — Por favor.

Elas me encheram tanto o saco que eu acabei cedendo a ideia de ir a festa. Eu n?o ia mais as festas

do povo do colégio desde o acontecimento com o Gael, toda festa acontecia a mesma coisa, eu era

sempre o assunto e alvo de piada.

Mesmo n?o ligando mais para comentários alheios e tacando o foda-se pra quem falava de mim eu

preferia evitar certos lugares.

Priorizando a saúde mental sempre.

Eu e as meninas pedimos peixe para o almo?o e almo?amos no restaurante em frente a praia. Nós

fizemos amizade com um pessoal que estava jogando v?lei e jogamos junto a eles antes de ir embora.

Foi um desastre total mas essa a parte a gente pula.

Eu estava adorando o dia, estava sendo um distra??o total pra mim e por um momento eu esqueci dos

problemas que me rodeavam. Como era bem pertinho voltamos a pé para o apartamento do pai de

Naty, só queria tirar o sal do corpo e relaxar.

— Estou exausta — Lya se jogou no sofá e suspirou.

— Pode levantando do meu sofá com esse rabo todo sujo de areia — Naty a puxou e a mesma fez

cara feia.

— Fui humilhada — fez beicinho e eu ri.

O apartamento era bem grande, tinha dois quartos com suítes, cozinha americana, a sala era enorme

e ainda tinha uma varanda maravilhosa que dava pra ver a praia no final da rua. Nós tomamos banho

e por volta das seis horas fomos ao mercado comprar alguma coisa pra gente comer.

— Minha dieta foi pra casa do caralho — Naty apertou o bot?o do térreo no elevador.

— Se você emagrecer mais, você some — rimos.

— Estou com fome — reclamei.

— Quando você n?o está, Manuela? — rolei os olhos e rimos — Drag?o dos infernos — rimos.

Fomos em um mercado perto do apartamento da Naty, compramos doces e biscoitos. Já havia uma

semana que eu n?o estava comendo direito, comia besteira na maioria das vezes e quando comia, por

causa dos enjoos eu evitava mesmo n?o adiantando muito.

No final das contas eu colocava pra fora do mesmo jeito.

— Eu tenho certeza que aquele menino do caixa deu em cima de mim — Lya cochichou.

— Pelo o amor de Deus — dissemos em uníssono e rolamos os olhos.

— Ah, para. Ele é gatinho.

A noite foi maravilhosa, além do que compramos ainda pedimos pizza. Vimos vários filmes, dan?amos

e choramos com cenas tristes de filmes. Comi de tudo e mais um pouco e pelo milagre de Jesus n?o

tive nenhum enjoo, só algumas tonturas mas foram leves e as minhas n?o perceberam.

Eu nunca me distrai tanto como hoje, foi um dia maravilhoso pra mim. Nós dormimos todas no sofá,

como era grande, dormimos confortavelmente.

Só o ronco da Lya que atrapalhou.

...

Acordei com o som ligado no último, a gente ia ser expulsa do prédio a qualquer momento.

— Vocês só podem estar de sacanagem —coloquei o travesseiro no rosto.

Eram dez horas da manh? e parecia que eu estava em uma rave.

— Bora, Manu — Lya puxou minha coberta — Está na hora de levantar, fedorenta.

— Fedorenta é sua avó — puxei minha coberta da m?o dela — Eu quero dormir — cobri minha

cabe?a.

— Manuela, deixa de ser pregui?osa piranha — me puxou pelos bra?os — Hoje é dia de encher a

cara.

— Vocês s?o chatas — resmunguei co?ando os olhos.

Levantei furiosa, eu odiava que me acordassem. Tomei um banho e como estava calor aproveitei pra

lavar o cabelo. Vesti meu biquíni rosa bebê e um short de tecido mole. Deixei os cabelos soltos pra

secar e sai do banheiro com a toalha no ombro.

As meninas estavam come?ando a preparar o almo?o e eu me juntei a elas.

— Gra?as a Deus, Manu — Naty disse concentrada cortando a cebola — Lya é só pela misericórdia.

— Natália, você já vai come?ar a me denegrir? — arqueou a sobrancelha — Só sou humilhada, n?o

aguento mais, vocês me odeiam.

— Dramática — rolei os olhos e ri.

Nós fizemos o almo?o e lá para o meio dia nós comemos, Natália arrasava na cozinha. Passamos a

tarde inteira na praia pegando um sol e eu aproveitei para refor?ar minha marquinha que tinha pego no

dia anterior.

Ela estava maravilhosa e gra?as a Deus minha pele estava novamente bronzeada.

Quando foi umas seis horas nós voltamos para o apartamento e ficamos jogando conversa fora na

sacada até a hora de nos arrumarmos para a festa da Mariah que aconteceria essa noite.

— Olha ela, toda animadinha que o Gusta vai vir buscar a donzela — a zoei e Naty ficou vermelha.

— Safada — Lya deu um sorriso torto e eu gargalhei — é hoje que o drag?o entra na toca da novinha.

— Vou fingir que n?o ouvi isso, vocês s?o insuportáveis — bufou e entrou no banheiro trancando a

porta.

— Lava bem o caminho da felicidade que hoje ele vai ser usado — gritou.

— Você é impossível, Lya — balancei a cabe?a negativamente.

Tomamos banho e umas oito horas estávamos quase prontas nos maquiando.

Pra fazer um reboco de qualidade exige muito esfor?o e parecia que o meu tinha ido para a casa do

caralho, era tanto tempo sem me maquiar pra sair que eu estava perdida.

A festa era as dez e os meninos iriam passar aqui as nove, eu tinha tempo de sobra pra terminar de

me arrumar. Eu iria com um vestido preto justo aberto nas costas e um salto alto meia pata com o

solado vermelho. Tinha feito cachos abertos nas pontas dos meus cabelos e como ele estava batendo

na cintura tinha ficado a coisa mais linda.

As meninas estavam de arrasar também. Naty estava num vestido vermelho justo com um decote v

rendado na frente e como ela n?o gostava de saltos colocou um sandália plataforma preta. Lya estava

vestida em uma saia jeans preta com bot?es na frente, um cropped branco de uma manga só e um

tênis All star.

Minhas piranhas estavam maravilhosas.

— Nossa se eu fosse homens me pegava e pegava vocês — disse rindo e me olhando no espelho.

— Estamos umas verdadeiras gostosas — Lya apareceu na sala.

Meia hora depois os meninos chegaram e nós descemos. Naty foi na frente com gusta e atrás foram

eu, pedro e Lya.

— Sem mela??o casal, por favor — lya fez cara de nojo — E anda logo que eu quero beber.

— A pingu?a ta seca — Pedro falou rindo e ela deu um tapa no bra?o do mesmo.

— Vocês s?o chatos — ligou o carro e deu partida.

Enquanto eu me arrumava fiquei pensando se eu realmente deveria ir nessa festa, eu sabia muito bem

quem poderia estar na mesma e eu n?o estava a fim de reviver o passado. Por volta das dez e vinte

nós chegamos na casa da Mariah, ela morava em um condomínio chique no Leblon. A casa da

mesma estava lotada e agradecia mentalmente a cada passo que eu dava e n?o via ninguém que eu

n?o queria ver.

Era Deus agindo, certeza.

Tinha bastante gente do colégio, cumprimentei alguns da minha sala e de outras turmas. Os meninos

foram buscar bebida pra gente e quando eles chegaram eu pensei mil vezes se deveria beber ou n?o.

Eu tinha lido que álcool fazia mal na gravidez mas eu n?o estava nem ai, minha decis?o estava

tomada ent?o n?o iria fazer diferen?a se eu bebesse ou n?o.

A vida só se vive uma vez, n?o é?

Que comece a noite.novelbin

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